Como priorizar gastos essenciais e cortar despesas

Como organizar as finanças pessoais? Essa é a dúvida de muitos. Ter o controle das próprias finanças pode parecer uma missão difícil, principalmente quando o dinheiro entra e no fim do mês não se sabe exatamente para onde foi. Essa sensação de desorganização é mais comum do que se imagina e, muitas vezes, está ligada à falta de clareza sobre o que é realmente essencial e o que está apenas drenando seu orçamento.

De acordo com uma pesquisa do SPC Brasil e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), seis em cada dez brasileiros admitem que nunca ou apenas às vezes dedicam tempo ao controle da própria vida financeira. Além disso, 17% dos consumidores recorrem com frequência ao cartão de crédito, cheque especial ou empréstimos para conseguir pagar as contas do mês. Entre os mais jovens, esse índice sobe para 24%.

Esses dados revelam um cenário preocupante: a falta de organização financeira é mais comum do que parece e em muitos casos, leva ao endividamento. Há quem precise usar o crédito como complemento de renda, o que transforma uma ferramenta de emergência em parte da rotina financeira.

Isso mostra que aprender a cuidar do dinheiro não é apenas uma questão de escolha, é uma necessidade urgente.

A boa notícia é que com algumas mudanças simples na forma de lidar com o dinheiro, é possível reorganizar os gastos, viver com mais tranquilidade e até guardar uma graninha. Neste artigo, você vai descobrir como priorizar os gastos essenciais, cortar o que não faz falta e dar um passo importante rumo a uma vida financeira mais saudável.

Entenda a diferença entre gastos essenciais e supérfluos

Antes de qualquer ajuste, é fundamental saber exatamente o que é um gasto essencial e o que pode ser considerado supérfluo.

Imagine uma família que gasta mais com aplicativos de entrega do que com as compras de supermercado do mês. Essa inversão de prioridades, quando repetida, pode impactar diretamente no equilíbrio financeiro.

Gastos essenciais são aqueles que garantem a sua sobrevivência e o funcionamento básico da sua rotina. Estamos falando de moradia, alimentação, transporte, saúde e educação. Esses devem estar no topo da sua lista de prioridades.

Já os gastos supérfluos são tudo aquilo que, embora possa ser prazeroso ou cômodo, não é necessário. Por exemplo: assinaturas de streaming que você mal usa, pedidos frequentes de delivery, roupas compradas por impulso, ou aquele plano de celular mais caro do que você realmente precisa.

Faça um raio-x para organizar finanças pessoais

Agora que você já sabe o que é essencial e o que não é, é hora de mapear seus gastos. Um diagnóstico financeiro é o primeiro passo para qualquer mudança.

Liste todas as suas fontes de renda (salário, renda extra, freelas etc.)

Anote todas as suas despesas, separando por categorias (moradia, transporte, lazer, saúde, alimentação etc.)

Analise os padrões de consumo: onde você está gastando mais do que deveria?

Para facilitar, você pode usar desde uma simples planilha no Excel até aplicativos de controle financeiro. 

O primeiro passo é manter um registro escrito do que foi gasto. Quem não sabe para onde o dinheiro está indo, achará quase impossível saber o que cortar.

Leia também: Dicas de economia para famílias

Classifique gastos por prioridade para organizar finanças pessoais

Depois de identificar para onde o dinheiro está indo, o próximo passo é organizar os gastos por ordem de importância.

Uma das técnicas mais conhecidas é o método 50-30-20, que funciona assim:

50% da renda para gastos essenciais

30% para qualidade de vida (lazer, hobbies, pequenos desejos)

20% para objetivos financeiros (investimentos, reserva de emergência, quitação de dívidas)

Se você perceber que está gastando mais de 30% com supérfluos, é hora de rever. Às vezes, só de trocar a academia caríssima por uma mais acessível, renegociar dívidas ou cancelar serviços pouco usados, já se consegue um bom alívio no orçamento.

Evite compras por impulso

Muitas vezes não é o valor das compras, mas a frequência com que elas acontecem que desequilibra o orçamento. E é aí que entram as compras por impulso, aquelas decisões rápidas, emocionais e nem sempre conscientes.

Elas costumam acontecer em momentos de estresse, tédio ou como forma de recompensa imediata. E o pior: costumam estar associadas a pequenos valores que somados podem virar uma bola de neve.

Como evitar esse comportamento?

Espere 24 horas antes de comprar algo não planejado. Essa regra de ouro ajuda a distinguir o desejo momentâneo de uma real necessidade.

  • Evite navegar em sites de compras sem objetivo claro. 
  • Tire as notificações de promoções do celular. Reduzir o estímulo diminui a vontade de comprar.
  • Tenha uma lista de compras e siga. Seja no mercado, farmácia ou loja de roupas, vá com foco.
  • Use o “custo em horas de trabalho” como critério. Antes de comprar, pergunte-se: “Quantas horas eu preciso trabalhar para pagar isso?”

Essa mudança de mentalidade é poderosa. Ao tomar consciência dos gatilhos emocionais que levam à compra você passa a ter mais domínio sobre suas decisões e sobre o seu dinheiro.

Crie metas e acompanhe seu progresso

Controlar gastos não significa abrir mão de tudo. Ao entender onde você pode economizar, fica mais fácil direcionar o dinheiro para o que realmente importa.

Estabeleça metas claras e alcançáveis, como:

Quitar uma dívida específica até o fim do semestre

Montar uma reserva de emergência em 6 meses

Economizar R$ X por mês para realizar uma viagem

Acompanhe essas metas com frequência: semanalmente ou mensalmente. E lembre-se de se recompensar quando atingir, isso ajuda a manter a motivação em alta.

Negocie suas dívidas

Ao organizar finanças pessoais e identificar prioridades, a negociação de dívidas deve estar entre as primeiras ações. Afinal, os juros podem corroer rapidamente qualquer tentativa de economia.

Como começar?

Levante todas as dívidas existentes: anote valores, credores, taxas de juros e prazos.

Entre em contato com as instituições. Bancos, lojas e empresas credoras geralmente oferecem canais de renegociação.

Busque acordos com parcelas que cabem no seu orçamento. Não adianta aceitar uma proposta que vai te sufocar no mês seguinte.

Fique de olho em feirões de renegociação e portais como o Serasa limpa nome ou o Desenrola Brasil.Eles podem trazer condições muito mais favoráveis, com descontos em juros e parcelamentos facilitados.

Evite fazer novas dívidas enquanto ainda estiver pagando as antigas.

Dicas extras para organizar finanças pessoais

Você não precisa viver com privação para ter uma vida financeira equilibrada. Algumas atitudes simples já fazem diferença para organizar finanças pessoais:

  • Prefira cozinhar em casa em vez de pedir delivery com frequência
  • Cancele serviços de assinatura que não são mais úteis
  • Compre no atacado quando possível
  • Use cupons de desconto ao fazer compras online

Mesmo com cortes, é possível manter o bem-estar e até criar novos hábitos que melhorem sua qualidade de vida.

Conclusão

Ao organizar finanças pessoais e cortar despesas desnecessárias, você ganha mais do que organização: você conquista liberdade. Pequenas mudanças de comportamento fazem uma grande diferença no longo prazo.

Lembre-se: controlar o dinheiro é uma forma de cuidar de você. Comece hoje a revisar seus hábitos e perceba como sua relação com o dinheiro pode se tornar muito mais leve e estratégica.

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